Titoli di Stato area Euro Titoli di stato Portogallo - Tendenze ed operatività (5 lettori)

Vespasianus

Princeps thermarum
724,4 mil milhões de euros. Era este o valor da dívida do Estado, empresas e famílias portuguesas em Maio deste ano. Um novo máximo histórico que se deve ao incremento do endividamento do sector público e também do sector privado.
Contra Abril, mês em que já se tinha fixado um recorde no endividamento da economia portuguesa, o aumento foi de 1,7 mil milhões de euros.

O endividamento do sector público aumentou 700 milhões de euros, para 315,9 mil milhões de euros. No sector privado o aumento foi de mil milhões de euros para 408,5 mil milhões.

De acordo com uma nota do Banco de Portugal, "o acréscimo do endividamento do sector público deveu-se, sobretudo, ao aumento de operações de financiamento entre entidades da administração central, aumento esse que foi parcialmente compensado pela diminuição do financiamento obtido junto do sector não residente".

O aumento da dívida do sector público tem sido constante. Face a Maio do ano passado, o agravamento do endividamento do Estado totalizou 11,6 mil milhões de euros. Em Março deste ano representava já 166,8% do PIB.
Já a dívida pública, medida pela óptica de Maastricht, estava em Março nos 130,5% do PIB, como confirmou hoje o Eurostat.

No que diz respeito ao sector privado não financeiro, apesar dos aumentos nos meses mais recentes, está ainda abaixo do registado no período homólogo. Face a Maio de 2016, desceu 3,2 mil milhões de euros.

O Banco de Portugal adianta que a "subida do endividamento do sector privado reflecte o acréscimo do endividamento externo das empresas privadas e o decréscimo do endividamento destas empresas e dos particulares junto do sector financeiro residente".

As empresas privadas apresentavam em Maio deste ano um endividamento de 266,7 mil milhões de euros, um agravamento de mais de mil milhões de euros face a Abril mas abaixo do registado em Maio de 2016 (267,9 mil milhões de euros).

Já nos particulares, que apresentavam um endividamento de 141,8 mil milhões de euros, registou-se uma redução contra Abril e Maio do ano passado. Uma descida justificada sobretudo pela redução do endividamento das famílias para compra de casa, que em Maio deste ano estava quase 4 mil milhões de euros abaixo do registado no mesmo mês do ano passado.

Apesar de em valores nominais o endividamento total da economia estar em níveis recorde, o peso na economia deverá estar a abrandar, devido ao ritmo de aceleração mais forte do PIB. Os últimos dados disponíveis dizem respeito a Março deste ano e colocam o endividamento da economia portuguesa em 385,1% do PIB, o que se situa abaixo dos 392,6% registados em Março do ano passado. Este indicador já chegou a superar os 400% do PIB.

(JdN)



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Princeps thermarum
uk.reuters.com
ECB rate setters see decision on stimulus in October

FRANKFURT (Reuters) - European Central Bank policymakers see October as the most likely date to decide whether to claw back stimulus and consider December, an option flagged by staff, as too late, four sources with direct knowledge of the discussion said.

With the outlook for euro zone inflation still cloudy, policymakers feel too little data will have become available by their Sept. 7 meeting. They are also nervous about making changes just two weeks before elections in Germany, the biggest critic of the ECB's 2.3 trillion euro (2.07 trillion) money printing, the sources told Reuters.

Having been burnt by a mini tantrum in financial markets last month when he raised the prospect of tightening, ECB chief Mario Draghi was keen to give as few hints as possible on Thursday about the ECB's next move, emphasising instead the need for patience and persistence to lift inflation.

"All the signs are pointing to October," one of the sources said. "There will be little to decide on in September... and December is just too far out."
The ECB declined to comment. On Thursday, Draghi said that a decision would come in the autumn and that policymakers deliberately kept the date open.

One of the sources pointed to second quarter wage data, due in the weeks after the Sept. 7 meeting, as a potentially vital piece of information.
This makes Oct. 26 a more viable date.

"It wouldn’t be smart to expect too much in September," another source added.

Wages have been particularly troubling for the ECB. While growth is beating expectations and unemployment is coming down relatively quickly, wage growth remains muted, keeping a lid on inflation.
This apparent disconnect is likely due to more part-time and temporary work since the global financial crisis and ECB policymakers are still unsure at what point would wage growth kick in.


Guidance
A third source noted that discussions in the autumn would also involve a review of the ECB's guidance, its stance on the evolution of future policy steps.
This guidance puts interest rates at their current level until "well past" the end of bond purchases - a frame that was kept deliberately vague.

While this sequence is unlikely to change, the source said that the ECB could reassess what "well past" means and either tweak the wording or refine commentary to suggest this means months rather than years.
One of the sources said the Governing Council discussed Draghi's speech in Sintra, Portugal, where he opened the door to policy tweaks, and there was agreement to not walk back on that message.

Investors before Thursday's meeting expected the ECB to decide in September, with most predicting the start of a gradual wind down of the programme.

Indeed, Draghi has already noted that improving growth would by itself support lending, meaning the ECB could curb its own stimulus and maintain easy financing conditions.
 

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Ao fim de quase 2 anos de mandato, tem-se a sensação de que o Governo está a ganhar na economia e está a perder na política.

A ganhar na economia – Os resultados são bons.
  • O desemprego em Abril ficou nos 9,5% e a previsão para Maio é de 9,4%;
  • O investimento em Abril e Maio cresceu 13,3%;
  • As exportações de Janeiro a Maio cresceram 13,4%;
  • O PIB pode ficar este ano próximo dos 3%. Um grande resultado!

A perder politicamente – Para além dos sinais de arrogância em relação a algumas entidades independentes; e de ciúmes em relação ao PR, o facto novo é que a relação entre o Governo e os seus parceiros (PCP e BE) degradou-se. Já teve melhores dias. Há forte tensão entre o PS e os seus parceiros.
  • Viu-se esta semana no Parlamento. A negociação da reforma da floresta foi muito difícil entre Governo, PCP e BE. O Governo teve que fazer várias cedências e o PCP chumbou mesmo uma lei do Governo. Isto é inédito.
  • E a negociação do OE para 2018 j vai ser mais difícil do que se imaginava. O Governo até já a queria ter fechado. Nem pensar. Vai ser uma tarefa difícil até ao dia 15 de Outubro.
  • Nada disto quer dizer que o Governo vai cair ou que vamos ter uma crise política. Nada disso. O que quer dizer é que pioraram as condições de governabilidade. O Governo está politicamente mais fraco. PCP e BE tornaram-se mais fortes e batem o pé.
  • Tudo porque com tudo o que sucedeu nos últimos tempos (Pedrógão, Tancos e demissões de Secretários de Estado) o Governo ficou fragilizado.

Marques Mendes: Governo está a ganhar na economia e está a perder na política
 

Vespasianus

Princeps thermarum
O total de empréstimos bancários concedidos às famílias para efeitos de consumo está a crescer quase 5% (acumulado até maio) em Portugal e o volume de novos créditos quase 10%. A agência de rating Moody’s diz que o ritmo de concessão de crédito ao consumo “vai ganhar força nos próximos 12 a 18 meses”, isto é, até meados ou final de 2018.

Num estudo divulgado esta terça-feira, Greg Davies, analista da agência de ratings para este mercado nacional, refere que “a performance do crédito ao consumo em Portugal irá continuar a melhorar de forma moderada, refletindo os baixos níveis de dívida em atraso no conjunto do crédito à habitação e pessoal”.

O economista da Moody’s refere que este impulso no sentido de maior endividamento está a aumentar em linha com o “crescimento moderado do Produto Interno Bruto (PIB)”, mas também com “a expansão mais ampla e encorajadoras nos mercados de consumo”. Assim é porque “os bancos e quem empresta estão mais recetivos a expandir este crédito, refletindo a recuperação da confiança dos consumidores”.

O estudo da Moody’s sobre o mercado de crédito em Portugal diz que este ambiente favorável está, portanto, intimamente ligado ao ambiente macroeconómico e às perspetivas mais favoráveis, que se devem materializar até final deste ano.

Moody’s prevê expansão muito forte do crédito ao consumo em Portugal
 

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A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) fez as contas e concluiu que as medidas com que o Governo se comprometeu no Programa de Estabilidade (PE) 2017-2021 ajudam a consolidação orçamental por duas vias: descida directa do défice e o estímulo à economia que, indirectamente, também facilita o ajustamento das contas públicas.

"De acordo com as projecções apresentadas no PE/2017-21, as medidas de política discricionárias contribuem simultaneamente para reduzir o défice orçamental e para estimular a economia", escreve a UTAO, numa análise enviada aos deputados portugueses. "Em resultado desta combinação virtuosa de efeitos, o impacto orçamental positivo sobre o saldo das administrações públicas faz-se sentir quer por via do efeito directo de 1.ª ordem das medidas previstas, quer por via do efeito indirecto de 2.ª ordem."

Esta análise não faz parte dos relatórios regulares da UTAO. Foi requisitada pelo deputado do PS Paulo Trigo Pereira, que pediu um estudo sobre "as medidas de política discricionária inseridas no PE", uma vez que na primeira análise da UTAO ao documento não houve tempo para o fazer.

Os técnicos do Parlamento explicam que a grande maioria da consolidação orçamental chega através dos efeitos directos das medidas de consolidação. Mas o défice também desce através de um crescimento económico mais forte, uma vez que a devolução de rendimentos mais do que compensa alguns dos aumentos de impostos previstos para o futuro.

"O efeito de 2.ª ordem positivo evidencia que o impacto positivo sobre o cenário macroeconómico induzido pelas medidas de expansão de rendimentos se deverá sobrepor ao efeito contrário associado a medidas de natureza contracionista, como os aumentos previstos de impostos indirectos que têm uma natureza sectorial", refere a UTAO.

UTAO: medidas até 2021 reduzem o défice e estimulam a economia
 

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eco.pt
Marques Mendes copiou mal. Desemprego baixou para 9,2% – ECO

Em tom de antecipação, o comentador tinha dito que a taxa de desemprego de maio, que seria anunciada hoje pelo INE, seria de 9,4%. Mas afinal a taxa de desemprego foi mais baixa: bateu recordes.

A taxa de desemprego em maio ficou em 9,2%, abaixo do valor provisório que tinha sido avançado pelo próprio Instituto Nacional de Estatística (INE), há quase um mês. No seu comentário semanal, na Sic, Marques Mendes tinha dito em tom de antecipação que a taxa que seria anunciada esta sexta-feira pelo INE seria de 9,4% — precisamente o valor provisório. Uma antecipação que não caiu bem no INE.

Marques Mendes estava errado. Falhou por 11,1 mil pessoas: segundo o INE, em maio estavam desempregados 473,7 mil trabalhadores.


“A taxa de desemprego de maio de 2017 situou-se em 9,2%, menos 0,3 pontos percentuais (p.p.) do que no mês anterior e menos 0,7 p.p. em relação a três meses antes. Aquele valor representa uma revisão de menos 0,2 p.p. face à estimativa provisória divulgada há um mês e constitui o valor mais baixo observado desde novembro de 2008 (8,9%),
” lê-se no boletim publicado esta manhã.

na previsão para junho, um dado ainda preliminar que está sujeito a revisões, o INE aponta para 9%, o equivalente a 462,6 mil pessoas e novamente menos 11,1 mil pessoas do que em maio.

Segundo o INE, de abril para maio foram criados 24,6 mil empregos líquidos. Ou seja, a taxa de desemprego está a baixar não apenas porque há menos desempregados que qualificam como tal (a redução no número de pessoas à procura de trabalho foi de 6,2%, na ordem dos 30,5 mil), mas também porque foram criados novos postos de trabalho.

O mesmo se verificou em termos homólogos: comparando maio de 2017, com maio de 2016, há mais 150,7 mil postos de trabalho. Este tem sido, aliás, um dos trunfos que o Governo de António Costa tem utilizado nas últimas semanas.


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Melhoria do rating de Portugal? “Nunca em menos de 12 meses” – ECO
ECO
As expectativas das agências de rating "têm sido suplantadas," diz a presidente do IGCP. Mas Portugal continua demasiado dependente de financiamento externo.

Expectativas “moderadas”, ou melhor, “modestas” — é assim que a presidente do IGCP, Cristina Casalinho, gosta de olhar para as indicações da Fitch. E por isso aponta para um horizonte de pelo menos 12 meses até ver o rating da República sair do grau especulativo. Entretanto, há que baixar a dívida, resolver os dossiers pendentes na banca e resolver diferendos como o que há com a Pimco e a BlackRock.

Falámos da expectativa de saída do nível lixo. Vai acontecer já este ano?
Em relação à Fitch, no IGCP costumamos dizer que gostamos de ter as nossas expectativas moderadas, modestas.

Por alguma razão em especial?
Sim. Porque recordamos que em maio de 2014 quando Portugal saiu do programa de auxílio financeiro, a Fitch também melhorou o outlook e depois durante 23 meses manteve essa perspetiva positiva sem que daí adviesse uma melhoria de rating. Não diria que é um sinal inequívoco, robusto, que aponta na direção do grau de investimento. Desta vez estamos um bocadinho mais otimistas porque os dados da economia portuguesa e os progressos são muito substantivos. Se olharmos para a lista de fatores positivos e negativos que todas as principais agências de rating têm vindo a enumerar, os negativos têm sido quase todos eliminados, ultrapassados, os positivos têm surpreendido positivamente. As expectativas têm sido suplantadas.

Quais são os fatores que não foram ainda eliminados?

O stock da dívida, uma variável que vem sempre no topo da lista das preocupações, e a evolução do setor financeiro
. Há ainda algumas pontas soltas no setor financeiro que as agências gostariam de ver atadas, alguns processos concluídos ou pelo menos mais avançados antes de darem um passo final. Em relação a calendários, o que pensamos é que são sempre processos que demoram algum tempo.

Melhoria do rating de Portugal? “Nunca em menos de 12 meses”
 

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A taxa de desemprego na Zona Euro fixou-se em 9,1% em Junho, o valor mais baixo desde Fevereiro de 2009. Este valor, divulgado esta segunda-feira, 31 de Julho, pelo Eurostat, compara com a taxa de desemprego de 9,2%, em Maio, e de 10,1% no mesmo mês do ano passado.

Em Portugal - e tal como o INE revelou na semana passada - a taxa de desemprego terá caído de 9,2%, em Maio, para 9% em Junho, o que significa que o país ficou abaixo da média dos parceiros do euro pela primeira vez em mais de 11 anos.
É preciso recuar até Fevereiro de 2006 para encontrar um mês em que a taxa de desemprego em Portugal tenha sido inferior à média da região da moeda única (8,8% na Zona Euro e 8,6% em Portugal).

Na União Europeia, a taxa de desemprego manteve-se em 7,7% em Junho, o mesmo valor registado em Maio, que é o mais baixo desde Dezembro de 2008.

O gabinete estatístico da União Europeia estima que, em Junho, havia 18,725 milhões de pessoas sem trabalho na região, das quais 14,718 milhões na Zona Euro.

Comparando com o mês anterior, o número de pessoas desempregadas desceu em 183 mil na União Europeia e em 148 mil na região da moeda única.

Entre os 28 Estados-membros da União Europeia, as taxas de desemprego mais baixas em Junho foram registadas na República Checa (2,9%), Alemanha (3,8%) e Malta (4,1%) enquanto as mais altas verificaram-se na Grécia (21,7% em Abril) e Espanha (17,1%).

Comparando com o mesmo mês do ano passado, o desemprego caiu em todos os Estados-membros da União Europeia excepto a Estónia (os dados mais recentes mostram que o desemprego se fixou em 6,5% em Maio de 2016 e 6,9% em Maio de 2017).

As maiores quedas aconteceram em Espanha (de 19,9% para 17,1%) e na Croácia (de 13,3% para 10,6%).

(JdN)


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jornaldenegocios.pt
Risco de Portugal face a Itália cai para metade - Obrigações

De dívida de alto risco, a grande aposta de algumas gestoras internacionais. As obrigações portuguesas apresentam um dos melhores desempenhos desde o início do ano na Europa, o que permitiu que os prémios de risco baixassem. Face à Alemanha, o "spread" renovou esta segunda-feira mínimos de 18 meses. E, em relação a Itália, o diferencial cai mais de metade em 2017.

Apesar de no arranque do ano as dúvidas sobre Portugal terem levado os juros a dez anos a superar a fasquia de 4%, nos últimos meses a tendência tem sido de descida. A taxa a dez anos transaccionou esta segunda-feira em 2,881%.

A diferença face à "yield" alemã é de 234 pontos base, o valor mais baixo em 18 meses.
No final de 2016, os investidores exigiam mais 355 pontos base a Portugal do que à Alemanha, que é vista como a referência na Zona Euro. Mas a maior recuperação da dívida portuguesa foi face a Itália. O prémio de risco caiu mais de metade. Era de 195 pontos base no final de 2016 e situa-se actualmente em 79 pontos base.

Além de o mercado atribuir um maior risco político a Itália, os investidores temem o efeito da retirada dos estímulos no valor das obrigações desse país. Já Portugal, que desde meados do ano passado vê o BCE comprar menos dívida que a meta implícita, não está tão dependente das compras do banco central. Em relação a Espanha, o "spread" baixa de 238 para 138 pontos base desde o início do ano.

Se no início do ano, a dívida portuguesa era olhada com desconfiança pelo mercado, actualmente a história parece ser diferente, já que grandes gestoras têm apostado forte. O Capital Group, uma das dez maiores gestoras de activos do mundo, reforçou em obrigações nacionais, construindo uma posição superior a 500 milhões de euros. Mas não foi a única.

A Nomura Asset Management referiu, esta segunda-feira, à Bloomberg que continua a aumentar a exposição a dívida portuguesa
. Richard Hodges, gestor de fundos de obrigações do Nomura Asset Management, referiu que está "gradualmente a aumentar a exposição e tem sido um negócio com muito sucesso". Um décimo do fundo está alocado em dívida portuguesa, incluindo obrigações nacionais denominadas em dólares.

Na base destas apostas estão a recuperação da economia portuguesa e a trajectória de descida do défice. Factores que levam o mercado a acreditar que o "rating" acabará por sair de "lixo", perspectiva reforçada com a melhoria do "outlook" da Fitch em Junho para positivo. Essa agência volta a pronunciar-se em Dezembro. Já a Moody’s e a S&P, que têm uma notação a um nível de sair de "lixo", manifestam-se em Setembro.
 

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Dall'intervista a Cristina Casalinho (IGCP).


Está preparada para o fim do programa de compra de ativos do BCE?
É um acontecimento para o qual nunca se está totalmente preparado. O que podemos é desencadear planos de ação que possam tentar minorar os seus efeitos. Para Portugal, consideramos no IGCP que há alguma proteção relativa do mercado português a esse acontecimento.

Como?
Tem a ver com o facto de as compras por parte do BCE já terem vindo a ser reduzidas ao longo do tempo. No ano passado, a partir de abril, quando o BCE decidiu o aumento do programa dos 60 mil milhões para os 80 mil milhões de euros, nunca conseguiu comprar o máximo [de dívida portuguesa] que seria expectável. Ficou sempre a realizar compras abaixo. E posteriormente essa diminuição tornou-se até mais acentuada. Portanto Portugal já está num processo de redução do programa, que decorre da forma como é implementado.

O stock de dívida português, tendo uma percentagem muito grande de dívida oficial, e tendo níveis significativos de dívida não transacionável, deixa a capacidade de compra no BCE mais limitada por comparação com outros países. Hoje estamos numa fase de equilíbrio da execução do programa. Com 60 mil milhões de compras mensais, o BCE pode continuar a comprar os 400 a 500 milhões de euros de dívida pública portuguesa mensalmente desde que o Estado português emita cerca de 1,5 mil milhões, que é mais ou menos o programa que temos estado a executar este ano. Uma emissão média mensal de 1,5 mil milhões permite compras entre 400 e 500. O programa pode reduzir-se em metade face ao montante que hoje existe sem que isso afete as compras de Obrigações do Tesouro (OT) que são efetuadas pelo BCE.

E não há mais impactos?
Isto é uma análise mecânica e estrita do mercado português. O que acontece é que há sempre fenómenos de contágio. Os países em que o BCE tem feito mais compras, e em que os desvios são maiores face à chave de capital, têm sido França, Itália e Espanha. E dois destes são indicadores avançados do comportamento português. Portanto, se houver um soluço, alguma perturbação, em Itália ou no mercado espanhol, claramente haverá um fenómeno de contágio ao mercado português, mesmo que operacionalmente não faça assim tanto sentido. Mas pela referência em termos de taxa de juro dos outros mercados para Portugal, esse efeito pode de alguma forma sobrepor-se a alguma proteção natural para o mercado português.

Ok…
Um aspeto que achamos que de alguma forma pode contrabalançar é a possibilidade de Portugal melhorar a sua notação financeira. Se Portugal, ao longo do processo de redução de compras por parte do BCE, recuperar a notação de investimento por parte de pelo menos duas agências de rating, e daí levar a uma inclusão nos índices de governos, isso vai gerar uma outra procura inicial. Hoje grande parte da gestão de ativos é passiva, segue muito proximamente os principais índices. Portugal, reintegrando estes índices, vai beneficiar da procura não só de investidores que olham para a história portuguesa e agora não conseguem comprar porque têm limitações de rating, mas também de uma grande parcela de gestão passiva. Por aí vamos ter uma abertura, um alargamento muito considerável na nossa base de investidores. Acreditamos que por um lado compensa a saída de mercado de um investidor muito grande e que por outro também pode mitigar o efeito da subida das taxas de juro. Sobem as taxas de juro, mas se o prémio de risco diminuir… Não estamos a dizer que diminua exatamente de forma a compensar na totalidade, não será proporcional.


“Nunca se está totalmente preparado para o fim do programa do BCE”
 

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