Un commento su Economico della notizia sopra riportata:
Grupo Espírito Santo faz provisão de 700 milhões
Filipe Alves
25/03/14 07:28
Banco de Portugal obriga Espírito Santo Financial Group (ESFG) a acautelar risco com emissões de papel comercial da ES International e a separar área financeira da não-financeira.
O Espírito Santo Financial Group (ESFG) reconheceu nas suas contas uma provisão de 700 milhões de euros, anunciou o maior accionista do Banco Espírito Santo (BES) em comunicado. A provisão foi imposta pelo supervisor, o Banco de Portugal, e visa acautelar o risco de incumprimento nas emissões de papel comercial da ES International, holding de topo do grupo, que foram vendidas aos investidores nos balcões do BES.
"A Espirito Santo Financial Group S.A. informa também que se antecipa que as demonstrações financeiras auditadas, individuais e consolidadas, incluirão uma provisão extraordinária de EUR 700 milhões, aprovada pelo Conselho de Administração da ESFG, referente a potenciais riscos associados à exposição às actividades não financeiras do Grupo Espirito Santo", refere o comunicado divulgado esta manhã no site da CMVM.
Ao que o Económico apurou, as administrações do ESGF e do BES consideram que o risco de incumprimento é residual e que tudo está a ser feito para que os investidores recuperem os montantes investidos no papel comercial da ES International. Mas o Banco de Portugal considerou que o risco de incumprimento existe e terá de ser acautelado. Recorde-se que o Banco de Portugal pediu recentemente uma auditoria à ES International, devido ao elevado nível de endividamento desta holding do Grupo Espírito Santo (GES), para proteger os investidores que compraram papel comercial.
Perante a exigência do Banco de Portugal, o GES optou por reconhecer esta provisão nas contas do Espírito Santo Financial Group e não nas do BES, que é o seu principal activo. Em cima da mesa estarão agora possíveis aumentos de capital quer no ESFG, quer no próprio BES, para cumprir as exigências de ‘core Tier 1' fixadas pelas regras de Basileia III.
O grupo liderado por Ricardo Salgado considera que esta provisão neutraliza o risco associado à exposição directa e indirecta ao risco dos activos do GES na área não financeira. Não se trata de uma imparidade, mas antes de uma provisão destinada a cobrir um risco potencial. Logo, poderá ser reversível assim que a percepção do risco seja reduzida, o que se espera que tenha lugar com o plano de reorganização do GES, que inclui um processo de ‘deleverage' e de recapitalização.
Este processo contempla a venda de vários activos e, tal como o Económico avançou, uma Oferta Pública de Troca (OPT) de valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis (VMOC) da Rioforte por acções representativas dos 51% da ESFG que estão dispersas no mercado. Com a concretização da OPT, a ESFG passará a ser controlada a 100% pela Rioforte. Este processo permanece em cima da mesa mas a decisão final ainda não foi tomada, não existindo um calendário assumido com o supervisor para a sua concretização. Ao que o Económico apurou, o grupo contratou os bancos de investimento Deutsche Bank e Nomura para trabalharem na reorganização da Rioforte.
Grupo muda modelo de ‘governance'
Tal como o Económico noticiou, a reestruturação societária que está a ter lugar no GES - sob o olhar atento do Banco de Portugal - prevê também uma completa segregação ao nível da composição dos órgãos sociais entre sociedades da área financeira e não financeira. Desta forma, os administradores do BES que ocupam cargos na área não financeira - Ricardo Salgado, José Manuel Espírito Santo e José Maria Ricciardi - deverão deixar essas funções para se focarem em exclusivo no braço bancário do grupo. Por sua vez, o presidente da Rioforte, Manuel Fernando Espírito Santo, deixará as funções de administrador não-executivo do BES para se dedicar apenas à área não-financeira do GES.
O grupo vai ainda adoptar novos princípios de ‘governance', de acordo com a directiva europeia 2013/36/EU, relacionados com mecanismos de prevenção, monitorização e reporte de conflito de interesses, controlo de transacções com partes relacionadas e avaliação de independência e de desempenho dos órgãos de administração.
GES faz rebranding das marcas não-financeiras
No âmbito da separação entre os negócios financeiros e não financeiros do GES, será executado um plano de ‘rebranding' de todas as marcas da área não bancária. Isto vai obrigar cerca de trinta empresas que hoje utilizam a denominação "Espírito Santo" a deixarem de fazer, sabe o Económico. A excepção será a Espírito Santo Saúde.
Assembleia-geral da ESFG reúne sem aprovação das contas de 2013
A assembleia-geral de accionistas da ESFG terá lugar a 25 de Abril, no Luxemburgo. Porém, a reunião de investidores terá lugar sem que seja apresentado o relatório e contas consolidado de 2013. A ESFG pretende apresentar o relatório noutra assembleia-geral, que será realizada até 31 de Maio, o prazo limite estabelecido pela lei luxemburguesa.
"A Espírito Santo Financial Group S.A. informa o mercado que a próxima Assembleia Geral que , de acordo com os seus estatutos, se realizará no dia 25 de Abril de 2014, não apreciará as demonstrações financeiras auditadas, individuais e consolidadas, relativas ao ano findo em 31 de Dezembro de 2013", refere o mesmo comunicado divulgado no site do regulador.
Adianta: "A Assembleia Geral para apreciação das referidas demonstrações financeiras será adiada para data não posterior a 31 de Maio de 2014".
Já as contas do BES, sabe o Económico, serão submetidas à aprovação dos accionistas na assembleia-geral de 28 de Abril, prevendo-se a divulgação do relatório consolidado e das restantes propostas na reunião no dia 7 de Abril.
As acções do BES subiam hoje 1,65% para os 1,354 euros.